Prezado "vuco vuco" e "anonimo" dos comentários do post abaixo. Quero dizer com muita humildade que durante muito tempo concordei com a idéia de que o lançamento coberto era a melhor coisa da bolsa. Tanto foi assim que do livro "Investidor Inteligente", de Graham, a única parte que não gostei foi quando ele disse "não ver muito sentido no lançamento de opções, uma vez que tal conduta privaria o investidor das altas intensas, que de tempos em tempos ocorrem na bolsa e que são as grandes responsáveis pelo resultado superior de renda variável no LP em relação aos outros investimentos conservadores".
Sei que os amigos estão se dando bem com o lançamento, pois se não fossem assim não teriam discordado tão veementemente do post abaixo. Sei, também, que estamos na bolsa pra ganhar dinheiro. Pra fazer nosso capital se multiplicar. Para fazer nossas reservas aumentarem. Não estamos na Bolsa, pelo menos eu, pra ser o bambambam dos fóruns nem dos blogs. Dito isso, queria convidar os amigos a analisar comigo estas 2 situações para o lançador de opção e chegarmos juntos a agma conclusão que nos ajude em nosso investimentos.
Situação 1:
VALE5 - de maio a novembro de 2008 (6 meses)
Supondo que o lançador tenha sido agressivo e lançado sempre no dinheiro ou 1 strike acima do dinheiro, nesses 6 meses ele poderia ter recebido uns 7,00 a 9,00, pois todos os lançamentos teriam virado pó e ele teria embolsado o prêmio total das opções. Nada mal né?
Detalhe: O risco dessas vendas sempre no dinheiro teriam exposto nosso lançador a um risco MUITO grande de ser pego no contra-pé deuma reversão repentina, como realmente aconteceu a partir de novembro.
Agora vamos a situação 2:
VALE5 de julho a novembro de 2009 (4 meses)
Supondo que o lançador, sujeito safo, vendo o papel em tendência de alta, tenha lançado 2 strikes fora do dinheiro, ou seja, tenha lançado H32.
VEJA BEM: O papel estava 27 e ele lançou na H32. Pra ele ser exercido, o papel precisava subir 19%.
Muito provavelmente, este lançador do nosso exemplo que aproveitou toda a queda lançando opção no dinheiro, agora não resolveria lançar opção 19% fora do dinheiro. Ou seja, estou raciocinando com a melhor hipótese para o lançador.
No vencimento da série H, dia 17 Ago, VALE5 estava
32,00. Ou seja, nosso lançador perderia os papéis, mas resolveu rolar metade pra série I32 e metade para a série I34, no 0 x 0(na verdade teria que pagar um pouquinho, mas estamos sempre sendo benevolentes com nosso lançador).
No dia 21 Set, dia do vencimento da série I, VALE5 fechou a
35,67 e nosso lançador precisaria por dinheiro pra rolar a metade da I32 para J34(ficando ainda dentro do dinheiro) e mais dinheiro para rolar a outra metade da I34 para J36(ficando no dinheiro). Porém, como colocar dinheiro para essas rolagens não estava nos planos do nosso lançador (esta rolagem precisaria de muito dinheiro), ele deixou ser exercido na série I metade na 32 e metade na 34, na expectativa de haver uma realização no papel e ele recomprar. Esse raciocínio fazia todo sentido, afinal
VALE5 tinha saído de 27,00 em julho para 35,67 no vencimento das opções de setembro (Ou seja, alta de 32% em 2 meses). Podemos dizer, então, que nosso lançador vendeu suas VALE por 33,00 em média na expectativa de que na próxima realização ele refizesse sua posição.
Como disse nosso anonimo nos comentários do post abaixo, "Nada sobe pra sempre. Só precisa aguentar no maximo 10 meses de rolagem, que eu garanto que vc mais cedo ou mais tarde vai ganhar." Aqui um adendo: tenta rolar 10 meses uma opção mais de 10% dentro do dinheiro e depois me diz se deu certo.
O nosso lançador poderia até ter seguido a dica do nosso amigo Anonimo abaixo, que disse "Se a ação subir muito, faz uma rolagem, e monta uma travinha de baixa para financiar parte da rolagem, se continuar subindo, vc continua montando sua travinha de baixa para a série seguinte, sempre financiando a rolagem."
Hehehe, acho que essas travinhas de baixa teriam quebrado nosso lançador.
Mas ainda bem que não seguiu essa recomendação, pois no próximo vencimento (19/10) a ação estaria em 41,30. No seguinte, em 16/11, VALE5 alcançaria 42,65, bem longe (quase 30%) dos 33,00 do nosso amigo.
Esses são apenas alguns dados, fáceis agora de analisar pois já faz parte do lado esquerdo do gráfico. Logicamente que todas essas decisões do nosso investidor seriam muito mais dificeis, pois ele não conheceria o lado direito do gráfico como nós conhecemos agora.
Portanto, mantenho minha firme opinião, baseado nos dados:
"OPÇÃO VENDIDA NÃO PROTEGE CARTEIRA" Como vimos, quando o papel saiu de 59,00 para 22,00, as opções lançadas não limitaram o prejuízo. Elas apenas o diminuiu. Se nosso investidor tivesse vendido nos 22,00, teria tido um prejuízo enorme, e o fato de estar lançado pouco teria mudado isto.
E agora, quando o papel saiu de 27 em Julho 2009 para 47,xx em Jan 2010, as opções limitaram o lucro do lançador.
Portanto:
"OPÇÃO VENDIDA NÃO LIMITA PREJUÍZO. LIMITA SÓ OS LUCROS".
O ano de 2010 vai repetir o ano de 2004? Ninguém sabe responder agora. O fato é que a bolsa pode ter realizações importantes este ano, sem que isso signifique necessariamente que vamos perder dinheiro. Dá pra ganhar nas 2 pontas. Mas o primeiro passo para isso é não apostar cegamente suas fichas em uma destas pontas.
Fechando rompida acima da LTB, enroscada na MME21, após testar os 61,4k (1º objetivo de Fibo após a perda dos 65k). Volta a clarear na compra de verdade acima dos 67,3k.
