"Bolsa brasileira vai cair pesado nos próximos meses" diz Ricardo Amorim

30/04/2010

13:08

SÃO PAULO - Com juros mais altos e Bolsa volátil, o investidor se pergunta: a hora é boa para investir no mercado acionário brasileiro? Para o economista e presidente da Ricam Consultoria, Ricardo Amorim, tudo depende do tempo do investimento.

"Se a intenção é ter lucros no curto prazo, eu aconselho cautela. Estamos vendo se formar uma grande crise na Europa, que, com certeza, afetará o Brasil. Essa crise deve trazer perdas para bolsas do mundo todo, e aqui não será diferente", explica.

E completa: "Eu diria mais. Diria que nos próximos meses a bolsa vai cair e não vai cair pouco, vai cair pesado. Por mais que eu acredite que assim como aconteceu na crise dos EUA, o Brasil será um dos países que melhor vai enfrentar a crise europeia, a bolsa brasileira, que foi a que mais subiu nos últimos meses, vai cair bastante".

Longo prazo

Porém, se a intenção é o investimento no longo prazo, o economista se mostra muito otimista: " no longo prazo, definitivamente, dá para acreditar no Brasil".

Amorim explica que o atual momento econômico nacional favorece muito a bolsa nos próximos anos. "Temos que entender que o País passa por um momento de transição. Ele está saindo de uma economia instável para uma economia normal, estável. Em uma economia instável, você tem juro alto, com uma bolsa volátil, de resultado ruim. Em uma economia estável, você tem justamente o contrário: juros baixos e a bolsa como melhor alternativa de investimento. A transição de posição para a outra é quando há a melhor oportunidade de investimento em bolsa, e é exatamente onde nós estamos. Por isso, acredito que, neste caso, a oportunidade de investimento em ações é espetacular".

Juros

O economista comentou também a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar a taxa básica de juro em 75 pontos-base. "Acho que a decisão foi correta. Está acontecendo um processo de aceleração inflacionária e o governo não poderia deixar a demanda crescer mais do que a oferta", afirma.

Porém, Amorim não sabe se outras elevações virão. "Minha dúvida é se haverá outras elevações, porque a contração de crédito, que é o objetivo desse aumento, deve acontecer sozinha, quando a crise na Europa se agravar. Então, talvez, reduções significativas no longo prazo podem não ser necessárias e talvez o Copom volte até a cortar juros na virada do ano. Acho que essa decisão dependerá muito mais da economia global do que de fato acontece no Brasil", finaliza

Por: Tabata Pitol Peres

30/04/10 - 12h31

InfoMoney
 
 
Ou seja, dos otimistas, parece que o Chapuleta é o único que vai mantendo suas projeções. Não tem Grécia, não tem Espanha, não tem Irã.
 
A hora é pra comprar. Sempre.
 
Rumo aos 100k, inicialmente.